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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A Origem do tabuleiro de ouija

A origem

            


Comunicação com os espíritos sempre existiu de uma forma ou outra, basta pegar os manuais de invocação que você encontra em livros como São Cipriano, mas quem se comunicava eram os bruxos e estudiosos do assunto. Em 1848 tudo mudou, pois uma família comum de um vilarejo próximo à cidade de Rochester, estado de Nova York, chamado Hydesville começou a se comunicar com os espíritos através debatidas (raps), conseguindo respostas como 'sim' e 'não' para as perguntas. A notícia se espalhou e desse episódio surgiu o espiritismo moderno.

Casa da família Fox
No dia 11 de dezembro de 1847, a família do Sr. John D. Fox mudou-se para um vilarejo próximo a cidade de Rochester, estado de Nova York, chamado Hydesville, para uma casa que a vizinhança e os antigos moradores diziam ser mal-assombrada. O Sr. Fox tinha três filhas, sendo que, Margaret (também chamada de Maggie) (1833-1893) e Kate (1837-1892) moravam com ele e a outra filha, Leah (1814-1890), morava em Rochester.


Durante quatro meses que a família esteve morando no lugar, eles puderam ouvir batidas e alguns arranhões. No inicio os eventos eram raros, mas em Março de 1848 as batidas na parede de madeira da casa passaram a ficar mais intensas, acontecendo várias vezes ao dia e com extrema violência. Móveis começaram a ser arrastados, o que deixou a família Fox muito assustada, especialmente as duas filhas do casal. No dia 31 daquele mês, Kate, que não aguentava mais a situação, resolveu desafiar a entidade, ela bradou em alto e bom tom que iria bater palmas, e que a entidade tentasse repetir com golpes contra a parede. A entidade passou então a repetir com golpes o que a jovem fazia com palmas. Isso levou os Fox a acreditarem que a entidade era dotada de inteligência, e passaram a realizar outros contatos, onde as irmãs faziam alguma pergunta a qual a entidade responderia "sim" com duas pancadas e "não" com uma pancada.


Dessa forma as interações entre os Fox e a entidade levaram a família a descobrir que o espírito teria pertencido a um mascate que tinha sido assassinado naquela casa há cinco anos e enterrado ali mesmo.

Excitados com esse acontecimentos, a família Fox chamou alguns vizinhos na mesma noite para testemunhar os acontecimentos. Na presença deles ela continuou conversando com o mascate e descobriu seu nome, Charles B. Rosma, e detalhes de sua vida.

A notícia se espalhou rapidamente, e muitas foram as pessoas que rumaram para a casa da família Fox afim de ver, ou ouvir, por si mesmos os eventos estranhos que estavam acontecendo no local.

Para facilitar a comunicação foi criado um sistema onde o número de batidas seguidas correspondia a letras, sendo um batida = A, duas batidas = B, e assim por diante. Esse processo não era muito otimizado e gerava vários erros de interpretação, além de ser difícil relacionar letras e batidas quando se está na empolgação de um evento como esse. Assim começou-se a procurar métodos para facilitar a comunicação.

Bolaram então a planchette, que nada mais era do que uma base em forma de coração com rodinhas e um lápis acoplado, na qual o médium apoiava sua mão. Tornou-se bastante popular em 1860. Só tinha um problema: ninguém conseguia entender os garranchos que eram escritos!

Foi então desenvolvido o Tabuleiro Falante, que tinha as letras do alfabeto, sim, não, números e boa noite (havia variações). Funcionava assim: duas pessoas sentavam de frente e apoiavam o tabuleiro sobre as pernas. Pegavam a planchette e ela deslizava pelo Tabuleiro Falante. Bem mais prático! Com o tempo, as pessoas foram trocando a planchette por um simples copo.

Há também fontes que afirmam que o princípio tabuleiro desse tipo teria sido aperfeiçoado por um espiritualista chamado M. Planchette, que teria inventado o indicador de madeira, que é utilizado até hoje, por volta de 1853. O indicador é chamado de planchette em sua homenagem.

Assim, em 1898, Charles Kennard, William Fuld o Ouija Board (tabuleiro Ouija). Foi um sucesso. Era vendido como brinquedo e quase toda casa americana tinha um.

Quem não tinha uma tábua Ouija e não tinha dinheiro para comprar, deu um jeito e bolaram a famosa brincadeira do copo. Existem até algumas variantes que simplificaram ainda mais o tabuleiro, como o jogo da caneta e do compasso.


A comunicação com os espíritos continuou a sua evolução e temos o uso da tecnologia a nosso favor, como a Transcomunicação Instrumental e os FVEs. (fenômenos de voz eletrônicas).

Explicação da ciência

Cientistas céticos atribuem o funcionamento do tabuleiro Ouija ao efeito ideomotor. As pessoas participantes da sessão involuntariamente exercem uma força imperceptível sobre o indicador utilizado, e a conjunção da força exercida por várias pessoas faz o objeto se mover. O físico inglês Michael Faraday realizou vários experimentos que comprovaram que os movimentos das mesas girantes, atribuídos a fontes ocultas, eram realizados inconscientemente pelos próprios participantes dos experimentos. O mesmo princípio se aplica ao Tabuleiro ouija.

O mágico ilusionista e cético estadunidense James Randi também realizou um experimento, citado em seu livro An Encyclopedia of Claims, Frauds, and Hoaxes of the Occult and Supernatural, demonstrando que quando vendados os participantes do tabuleiro Ouija não conseguem produzir mensagens inteligíveis.

Os espiritualistas que acreditam na possibilidade de contato com o mundo dos mortos argumentam que vendar os olhos dos participantes da mesa prejudica suas supostas capacidades mediúnicas. Eles argumentam que o espírito utilizaria os sentidos do participante durante as sessões. Os adeptos dessa teoria acreditam que o tabuleiro não tem poder em si mesmo, servindo apenas como ferramenta para o médium se comunicar com o mundo dos espíritos.

Críticas e alertas

Além das críticas científicas dos céticos, o tabuleiro Ouija também é criticado entre os espiritas. Edgar Cayce declarou essa prática como perigosa. Críticos avisam que maus espíritos poderiam enganar os participantes de forma a se ligar energeticamente a essas pessoas, ou seja, os espíritos malignos se tornariam parasitas.

No meio especializado há diversos avisos contra o uso do tabuleiro por pessoas desavisadas. Há também notícias de tabloides relatando casos de suposta possessão demoníaca em decorrência de sessões envolvendo espíritos malignos.


A Igreja Católica critica o tabuleiro e a brincadeira do copo, assim como as experiências de seus fiéis na busca do contato com os mortos em geral. A recomendação dos padres é que os fiéis se mantenham distantes de participações nesse tipo de evento. Segundo o padres exorcista Gabriele Amorth, este tipo de jogo pode contactar demônios. Em seus livros ele relata inúmeras possessões causadas pelo uso desses jogos.

Gabriele Amorth
Da mesma forma, Igrejas Evangélicas definem essas práticas como "brincadeiras com demônios".

A Doutrina Espírita orienta no O Livro dos Médiuns que estas práticas devem ser evitadas porque, normalmente, são utilizadas para curiosidades em geral e somente são feitas perguntas vãs, longe da seriedade exigida no intercâmbio com a espiritualidade benfeitora. Assim, o espiritismo considera que é mais provável a presença de espíritos levianos e zombeteiros, sem nenhum interesse com a verdade e com a dignidade, do que espíritos bons e esclarecidos comprometidos com a divulgação de propostas morais e éticas.

Srª Oculto

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